quarta-feira, 23 de abril de 2008

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.
Ricardo Gondim.


O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.

Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre Cd de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo.

Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:

Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.
Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

So haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.

Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ruptura



Muitas vezes a vida é marcada por rupturas.
Rupturas inevitáveis.
Rupturas dolorosas.
Rupturas profundas.
Rupturas necessárias.
Rupturas emocionais.
Rupturas espirituais.
Rupturas interiores.

A ruptura emocional é a mais difícil de experimentar.
Laços emocionais.
Vínculos pessoais.
Aquilo que chamamos de "cordão umbilical" rompido.

As vezes precisamos romper com o passado.
As vezes experimentamos rupturas no caminhar juntos que não é mais possível.
Não porque queremos, mas porque alguem não vai ceder nunca

Muitos desgostos enfrentamos na vida por medo de enfrentar uma ruptura.
Há situações que geram maiores desgastes por causa do medo de uma ruptura.

Existem profundas rupturas nas histórias bíblicas:
Noé rompeu laços com o mundo antigo por meio do dilúvio.
Abraão rompeu laços com sua parentela que morava em Ur dos Caldeus.
Jacó rompeu laços com seu pai e seu irmão e fugiu para Harã.
Moisés rompeu laços afetivos com a Casa de Faraó e depois abriu uma profunda ruptura com o povo egípcio no qual tinha alcançado posição de príncipe.
Davi experimentou a ruptura forçada de sua lealdade a Saul e de sua amizade com Jonatas
Davi sofreu rupturas terríveis e profundas em sua vida familiar.

A lista é imensa de pessoas que enfrentaram toda a carga emocional de angústia, tristeza e solidão causada por rupturas necessárias ou não.

A ruptura pode ser necessária ou inevitável. Pode acontecer por acaso.
Jesus certa vez disse "que o inimigo do homem seria os de sua própria casa", isto indica que a entrada do evangelho iria, em algumas famílias, causar divisão.

Existem rupturas que produzem efeitos positivos e outras vezes consequências negativas.
O filho pródigo rompeu com o pai e se deu mal.
Saulo rompeu com o judaísmo e se deu bem.

Ruptura provocada pelo Reino e por causa do Reino tem a promessa de Deus de trazer vida abundante e vida eterna.

sábado, 19 de abril de 2008

Quem são os pastores (guias) de Hebreus 13:7 e 17


Quem são os pastores (guias) que a carta aos Hebreus menciona no capítulo 13: 7-17?

Antes de tudo, sei que existe no Novo Testamento o ministério pastoral - Efésios 4:11 - Observe que ele é o único que tem o dom de "mestre" (guia) grudado nele.

Quando estamos dentro do sistema chamado "Igreja evangélica" , não conseguimos enxergar outras realidades na Bíblia a não ser aquela em que eles estão o tempo todo "martelando " em nossas cabeças.

Fora o texto de Efésios 4:11, onde mais ele aparece?
O fato de que o dom de "mestre" está inserido como implicação necessária ao oficio pastoral faz-nos entender o que?


Jesus usa a figura do "pastor" a si mesmo em João 10, mas ali todos sabemos que ele é o Verdadeiro Pastor do seu rebanho, aliás, Pedro chama-o de "Supremo" pastor do rebanho que ele adquiriu com seu próprio sangue.

Então a pergunta permanece, ou melhor, vamos mais um pouco mais longe, eu pergunto de novo: onde é que o título pastor aparece como um pronome pessoal a algum apóstolo ou discípulo no Novo Testamento?

Você responderá que em Hebreus 13:7.
Mas gostaria que você observasse que esta tradução faz parte da Revista Corrigida do Padre João Ferreira de Almeida, e conforme versões mais atualizadas com os escritos mais antigos, portanto, mais próximos do original (ainda que muito distantes, de fato!) o título pastor é traduzido como guia (mestre)!

Então voltando a última pergunta: Onde aparece no Novo Testamento o título de pastor como pronome pessoal como é usado exaustivamente nos dias de hoje?
Onde no Novo Testamento encontramos o pastor Paulo, pastor Lucas, pastor Pedro, pastor João, pastor Apolo, etc...?

Estou pondo em descrédito o ministério pastoral que em Efésios Jesus alega ter dado à Igreja? Absolutamente NÃO!

Mas então, por que é que o líderes do Novo Testamento não fizeram caso de usá-lo como nos dias de hoje os líderes fazem questão? Por que o título (pastor) não aparece na Bíblia e hoje alguns se obrigam a usá-lo?

O que me incomoda não é título em si, mas a maneira como alguns lobos se valem dele para impor sua autoridade em cima dos outros.
O uso da posição pastoral para ameaçar, amaldiçoar, prender, explorar a fé e as finanças das pessoas que se colocam debaixo da autoridade espiritual destes pseudo-pastores!

Tem pessoas que foram instruídas a não fazerem nada sem primeiro consultar o seu pastor. Elas fora instruídas a não saírem de debaixo da autoridade espiritual de seu pastor?!

À luz do Evangelho, existe maior heresia do que isso?

Na carta aos Hebreus, o escritor se refere aos líderes que já haviam partido para o Senhor, visto que esta carta foi escrita quando quase todos os apóstolos que andaram com o Senhor Jesus já haviam sidos martirizados.
E por que foram martirizados? Por causa da palavra de Deus que pregaram.
E que Palavra era esta?
A Palavra da Graça em Jesus, visto que, a carta aos Hebreus exorta seus leitores a não voltarem às práticas religiosas do Velho Testamento.
Segundo o escritor aos Hebreus, este retorno às práticas de ritos judaicos seria um "cair da fé", um abandono da Graça manifestada pelo Senhor Jesus. Foi por causa dessa fidelidade a Palavra de Deus que pregaram é que estes guias foram mortos.

Observe que logo depois ele lhes escreve: não vos deixeis envolver por doutrinas várias... veja que ele diz que o que vale é o coração estar confirmado na Graça...

E terminantemente afirma que quem come do Altar da religião não tem direito a comer da mesa da Graça. É uma advertência séria!

E finalmente ele diz: obedecei aos vossos guias (pastores) e sede submissos para com eles, como quem hão de prestar contas...

Os guias que estavam vivos e permaneciam na pureza do evangelho da Graça e que estavam sendo perseguidos pela religião judaica, mas apesar disso permaneciam fiéis, deveriam ser obedecidos e nesse caso, esse guia é alguém que não deixa você se desviar do Evangelho da Graça e cair nas malhas do sistema religioso. Para que serve uma guia?

Este texto não nos incentiva à uma dependência psico-espiritual-emocional de nenhum guia humano, e também o escritor diz "como quem hão de dar contas ". Veja bem: COMO QUEM...Isso não quer dizer que eles vão dar contas, mas que devem cuidar das pessoas "Como quem" hão de dar contas, pois Bíblia diz que CADA UM dará contas de si mesmo à Deus! (Romanos 14:12)

Só que a igreja a evangélica atual tem ensinado a transferir toda essa obrigação ao pastor. Coitados!!

A posição pastoral naqueles dias tinha muito mais haver com o exemplo de fidelidade ao evangelho, o trato com o próximo, a capacidade de perdão, a sabedoria em ensinar o Caminho, do que com esta "postura oficializada do pastor" de hoje. A posição pastoral naqueles dias dependia da espiritualidade da pessoa e não algo forçosamente a ser seguido!

O mestre, biblicamente falando, está na conduta, no exemplo em amar, na postura frente ao discípulo, e não como foi hoje colocado como alguém que ensina na escola dominical! 

Que tragédia!

Veja que Saulo, quando discípulo  em Antioquia, era chamado de "mestre". (Atos 13)

Releia o texto de Hebreus e veja se não é isso assim?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A entrada é de Graça o saldo restante será parcelado

As igrejas evangélicas (e agora, a Católica também!) segue as tendências do mundo empresarial. Ela escolheu seguir os princípios de uma administração comercial e as técnicas de marketing oferecidas pelas agências de publicidade.
E quais são os seus produtos? Quais as formas para adquiri-los? Como pagá-los?

As "bênçãos", os "milagres", a "prosperidade", a "saúde", "proteção espiritual" e a "salvação" da família, bem como a salvação da alma são alguns dos produtos oferecidos por ela.

Leia-se os cartazes pregados nos postes, pendurados em faixas, anunciados em folhetos impressos das "campanhas" e correntes de 7 semanas de orações e principalmente as técnicas anunciadas pelas igrejas que estão usando e abusando da televisão (Record, Bandeirantes, RedeTv, RedeVida, Canção Nova).

O "banco" financeiro é o "nome de Jesus", pois ele "garante" a bênção (ou seja, o produto desejado).

As igrejas pentecostais e as neo-pentecostais são suas agências mais arrojadas.

Os "pastores" são seus gerentes comerciais mais devotos, excercendo também o papel "garoto propaganda", "animador de auditório", cobrador e gerenciador das parcelas mensais (leia-se dízimos e ofertas alçadas).

O produto só é garantido dependendo da "fidelidade" do cliente. A infedilidade (tambêm chamada de "desobediência" aos critérios da agência não garante 100% do produto desejado, podendo também atrair "maldição") não garante o produto e nem a qualidade dele.

Agora, a forma de pagamento exige muita técnica e o uso de ferramentas psicológicas por parte do gerente. O uso do emocional e do medo espiritual bem aplicado - (pois neste caso existe uma entidade espiritual - os gafanhotos do livro de Joel? - que é pior do que o SPC) garantirá o lucro, caso contrário, perde-se o cliente (o membro) permanentemente e com isso, a durabilidade dos negócios.

Só a "entrada" é de graça, pois uma vez estando lá, sua dívida será para até o fim de sua vida. Você ouvirá alguém dizer " que a salvação é de Graça, mas tem que se pagar um preço para obtê-la!". Como pode ser isso?
De maneira que só a "entrada" é de graça o saldo restante é por sua conta até o fim da vida e as "bênçãos" dependerá inteiramente de sua fidelidade aos critérios (sejam eles morais, éticos, estéticos, financeiros...) exigidos.

Nossa!!Que Loucura!!
Como pode ser feliz alguém que se compromete com isso??

Tudo isso muito longe do Evangelho de Jesus
Isso nada tem haver com o projeto do Reino de Deus revelado em Jesus.

Mas é isso o que as pessoas estão "comprando".
É nisso que elas estão "investindo" suas vidas...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Modelo Perigoso

Observe no livro do Êxodo que primeiro Deus dá a Lei (a Palavra) (cap 20) e depois ele ordena a construção da Tenda Sagrada (cap 25). Primeiro o conteúdo, depois a fôrma onde será colocado este conteúdo. Primeiro a substância, depois o local onde esta substância será guardada. A Tenda do Tabernáculo existe em razão da Palavra, e não o contrário. A Palavra é maior do que a Tenda, tanto é verdade que as Tábuas dos dez Mandamentos foram colocadas dentro da Arca que é o centro do Tabenáculo. No entanto, a importância da Tenda estava em ser o receptáculo da Palavra.
A Tenda tinha o "compromisso" de preservar a Palavra.
O povo não "via" a Palavra, só viam o Tabernáculo.

A Tenda tinha que estar em harmonia com a Palavra, por isso Deus disse à Moisés "fazei exatamente o modelo que te mostrei no monte" (Exodo 25:9). Não deveria haver NADA da vontade pessoal de Moisés, por mais chegado que ele fosse de Deus.
Isto está claro?
Observe que até os "preguinhos" tinham que ser de acordo com a vontade de Deus.

Existiam muitos templos pagãos na época de Moisés. Arquitetônicamente falando, muito mais bonitos e suntuosos que a Tenda. Muito mais belos e fabulosos que aquela humilde Tenda sagrada. No entanto, o compromisso de Moisés era de não imitar e nem buscar um modelo fora daquele que Deus havia lhe mostrado no Monte Sinai.(Leia Hebreus 8:5)

A Tenda não era maior do que a Palavra, mas o povo não via a Palavra, via a Tenda. Observe que Deus, a príncipio, prefere não ter um Templo, pois sabia-se do perigo de "condicionar" o Sagrado num Templo de pedra. (Leia 2ºSamuel 7:4-7). Por amor a Davi, Deus permitiu que o Templo fosse edificado.

Mais tarde, aconteceu o que se temia: o Templo virou um laço religioso (Jeremias 7: 1-4). O Templo em si não tinha culpa, mas sim o "sistema" criado em torno dele. Em Ezequiel 8 ele se torna abominável para Deus.

Na história de Israel ele é destruído e levantado três vezes. Finalmente, Jesus o amaldiçoa e profetiza sua ruína definitivamente (Mateus 24: 1,2).
A relação de Jesus com o sistema religioso que envolvia as pessoas ligadas ao Templo sempre foi tensa. Em si, o Templo não tinha vida própria. Mas a liderança manipulava os valores espirituais do templo conforme o que lhes interessava. Jesus denunciou isso de maneira violenta. Expulsou os vendedores com um reio na mão e lançou um duro julgamento sobre os líderes no Templo (Mateus 23). Nessa mesma ocasião disse que Deus não mais moraria ali e um novo Templo seria erguido, não com mãos humanas, onde Deus habitaria para sempre (João 2:14-21, com ênfase no verso 21).

Não sou contra um local próprio de adoração para a igreja de Jesus. Não sou contra a Igreja do Senhor Jesus que se reúne semanalmente nestes locais para a celebração. Mas, algo sutil está acontecendo de novo em relação a Igreja.

Eu pergunto: quanto dinheiro se gasta para a manutenção do "templo" e para sustento do sistema que gira em torno dele?
Hoje se você não fôr à um templo de tijolo que estão chamando erradamente de "Igreja" , você está se "desviando". Ir na igreja é ir no templo e vice versa. Um salão alugado onde foi uma mecânica de carros pode virar "igreja" e ganhar contornos do sagrado a ponto de se tornar o próprio sagrado! É um retorno àquilo que o próprio Jesus denunciou!

O problema não é o local em si (repito: não sou contra templos), mas o significado que ele assume na mente das pessoas, principalmente no maior interessado em tirar proveito dele, "o pastor", isso é que preocupa.

Foi este o "MODELO" que Jesus ( nosso Moisés) recebeu do Pai no monte Gólgota? Foi este o modelo da Igreja que ele nos deu para construir? Foi por isso que ele morreu?
A quem devemos nossa obediência?
Aquilo que consideramos tão valioso e "sagrado" tem tanto valor assim conforme você percebe nos evangelhos e segundo Jesus? Voce já leu o evangelho a respeito disso?

Jesus valorizava o ser humano. Sempre.
O homem é maior do que o sábado.
A reconciliação é maior do que a oferta e o altar.
O gesto do samaritano foi maior do que do sacerdote e do levita.
Ofertas e sacrifícios não substituem a Misericórdia.

É difícil de entender e perceber isso na Bíblia?

Afirmamos que somos fiel a Palavra (Jesus é a Palavra encarnada), mas desobedecemos descaradamente ela!
E ainda afirmamos e defendemos nosso cristianismo com unhas e dentes.
Tememos os homens; suas ameaças e o que as pessoas podem pensar de nós, mas negamos Jesus e o MODELO que ele nos deu!

Que Deus tenha misericórdia de nós, pois ainda achamos que temos o "direito" de reinvindicar suas promessas!?

Que a graça e a misericórdia de Deus nos cubram!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Arrependimento é penitência?

De onde herdamos a idéia de que arrependimento é penitência?

O arrependimento ensinado pelo mundo evangélico é a mesma penitência ensinada pela Igreja católica romana! O sentido é o mesmo.

Quando você "peca" nos é ensinado que devemos nos arrepender, até aí tudo bem.
Em que implica este ato de arrependimendo segundo a doutrina da igreja evangélica?
Neste contexto de cometer "pecado", dependendo do tipo de delito que você cometeu será "estudado" que tipo de "disciplina" você deverá receber, desde a conversa de portas fechadas no escritório pastoral, passando pela "assembléia da Igreja", até o ato público de "EXCLUSÃO".

Caso você admita que errou, então o fato de você "encarar" a vergonha em que será exposto dará início a sua penitência evangélica (que é um tipo de carma cristão), pois toda a vergonha que você enfrentará e também a "coragem de encarar" a comunidade cristã" dará a você (lá no seu íntimo) a idéia de que você está "pagando pelo que fez"(interessante: pois esta situação subentende que seu pecado Jesus NÃO pagou na cruz). Esta humilhação imposta pela igreja será como um ato de auto flagelo da alma que você terá que suportar.

Pois bem, cria-se a idéia de mérito (justiça própria), afinal de contas você está pagando pelo que fez.

Onde foi parar a justiça de Cristo na cruz?

Bem, a liderança não vai admitir isso, dirão que é um ato de "disciplina", mas a intenção é que você "pague" pelo que fêz, assim sua vergonha servirá de exemplo para que os outros tambem não saiam da "linha" como você saiu!

Quando voce "peca", o que é que a Igreja católica nos ensina a fazer? A princípio deve se procurar a "igreja" e ir no "confissionário" segredar ao padre os delitos praticados. Ele vai te ouvir, dar algum conselho e depois te entregará uma penitência, tipo rezar, não sei quantas vezes a Ave Maria, o Pai Nosso, porque a quantidade de vezes vai depender do "tamanho do pecado que você cometeu".
Quanto maior o pecado maior será a sua penitência. Há aí uma idéia de "categorizar" entre pecadinhos e pecadões.
Na Idade Média a penitência tinha uma aplicação mais dolorosa, no caso, autoflagelar-se, tipo: andar de joelhos até sangrar, chicotear-se a si memso, pagar um indulgência, carregar cruz...

No caso da cultura evangélica o ato de arrependimento implica que, estando "em pecado" e neste caso a salvação do sujeito já "evaporou", caso ele não se arrependa de maneira acima citada, então segue um período de profunda tristeza e uma declaração bem convicta de que não irá "pecar" novamente. Por um tempo ele mantém a promessa, mas de repente, ele "cai" de novo. Então se repete este ciclo de arrependimento, tristeza e promessa dezenas de vezes até que ele tem duas opções: Ele se "desvia" por que desiste e se acha um perdido sem salvação, ou ele se torna um resignado, um cínico ou um zeloso hipócrita dentro da comunidade cristã.

Sei que pareço estar fazendo apologia ao pecado.
Mas, é muito pelo contrário. Este tipo de mecanismo espiritual, psicólogico e emocional jamais trará libertação do pecado. Pelo contrário, só o fortalece.
Pecado, tristeza, culpa, condenação, arrependimento e promessa de não pecar; este ciclo maligno adubado entre nós.

A "salvação" dele vai e volta, vai e volta, vai volta. Pois se baseia no que ele está fazendo. Perde e recupera, perde e recupera.
Que salvação é esta? Em que ela se baseia? Ela é tão frágil assim?

O que está faltando aí é carência de conhecimento da Graça de Jesus conforme apresentado por Paulo no Evangelho.
Para entender a extensão e a profundidade de nossa Salvação e da Graça libertadora de Jesus Cristo é necessário entender a natureza do pecado e como foi ele tratado por Jesus no ato da expiação no Calvário.

Só que infelizmente no mundo religioso, católico, espírita e evangélico esse entendimento está ausente.

A leitura da Bíblia dentro do sistema religioso vigente, condicionou o ato de arrependimento à uma penitência que não liberta do pecado. O entendimento do cristão contemporâneo tornou-se refém da Ética, da Moral e dos interesses da liderança religiosa "cristã".

Há que se voltar à uma reeleitura das Escrituras sem os óculos da maioria das organizações eclesiáticas que proliferam por aí até mesmo as mais antigas e famosas entre nós!

Lançamento do livro: CAÍDOS - Autor: Reinaldo de Almeida

  A GLÓRIA DE DEUS. Existem muitos textos na Bíblia referente à GLÓRIA de Deus! DEUS é o DEUS GLORIOSO. É um dos atributos d'Ele! Deus t...