Tenho pensado nas motivações que fizeram o filho mais novo da parábola contada por Jesus em Lucas 15, voltar para casa do Pai.
Phillip Yancey e René Kivitz colaboraram muito pra que eu pudesse olhar para esta história com muitas outras perspectivas e interpretações.
Acredito ter experimentado novas "conversões" com esta história. Olhando de uma maneira bem diferente daquela que costumeiramente ouvia nas pregações dos púlpitos das igrejas por onde passei.
Na parabola do filho pródigo, os dois filhos se encontram perdidos: um perdeu-se para o mundo e para aqulio que acreditava ser liberdade pra ele, o outro perdeu-se para a Lei ("...tenho trabalhado como um escravo para o teu serviço e nunca desobedeci nenhuma ordem tua..." v.29).
A situação de Romanos 7 deflagra muito bem essa duas experiências.
Portanto, na vivência de anos como "cristão evangélico", vivi esta experiência bipolar dentro de mim. Graças à Deus morri para as duas. Nenhuma delas pode me alcançar mais.
Porém, "a volta para o caminho de Casa" tem sido difícil, mas não troco o que vivo hoje em Cristo por mais nada que o mundo e a igreja (instituição) possa me oferecer! A revelação da Palavra da graça é inegociável para mim.
Mas a Casa do Pai para mim, para a qual estou voltando, e que nunca deveria tê-la abandonado, só tem sua fixidez em Deus e na simplicidade do Evangelho. E tanto um como outro, são Espirito. Deus é Espírito!
Na atual realidade "cristã evangélica", Deus tem um endereço, uma casa terrena (templo), um nome no portão da fazenda (denominação), um sacerdote-porteiro que se engana achando que tem o poder de "ligar e desligar" (o pastor), ali, Deus (o pai) tem hora marcada para ser encontrado (sic) e condições especiais para te aceitar de volta, ou seja, aquilo que hoje a igreja (instituição) interpreta na parábola do filho pródigo como sendo a Casa do pai (templo-denominação-pastor-liturgia), só veio acontecer a 300 anos depois que Jesus proferiu essa história, então, vou caminhando agora numa contra-cultura, que nesse caso, sinto enormes correntes de ventos contrários da religião institucionalizada. É um andar quase solitário.
"Quase" porque sei que tem muitos-alguns que estão caminhando também. E solitário como foi a volta do filho pródigo para junto da casa do Pai