quarta-feira, 20 de maio de 2015

A basicalidade e lógica de todas as religiões da terra em frente à Graça

       

Segundo a tradição judaica, o livro de Jó é o mais antigo dos registros do canon judaico sagrado. 
         Segundo a tradição dos judeus o livro de Jó nem deveria estar entre os escritos canônicos uma vez que não se sabe de sua origem e descendência. Alguns, alegaram que sua narrativa poética é tão improvável, que alegaram, de alegoria mesmo, que alegórico deve ser o livro de Jó. Mas o próprio Deus, Yavé, afirmou muitos anos depois, que Jó foi um homem; foi muitos anos mais tarde, no conhecido profeta do exílio judaico, Ezequiel, que Deus disse:  "Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o Senhor DEUS. Ezequiel 14:14
 
Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nem um filho nem uma filha eles livrariam, mas somente eles livrariam as suas próprias almas pela sua justiça. Ezequiel 14:20" .

        Por causa desses textos, os próprios judeus perceberam que não se podia continuar negando a humanidade de Jó e afirmar a tal "alegoria" da narrativa, caso contrário, teria que se negar o homem Moisés, o homem Daniel e a própria veracidade profética de Ezequiel, a história dos judeus, enfim, teria que ser negar a própria Escritura divinamente inspirada dos judeus.

       Conclusão: Não toquem em Jó e deixem Jó nas escrituras judaicas e embora não tendo ele ascendência abrâamica e nem tradição judaica, contudo ele se enquadra na categoria "Melquisedeque" na revelação de Deus na história.
        Digo isso, para se entender a mensagem central e profunda que Jó quer nos passar, ou seja a mensagem da Graça soberana de Deus. 
         A própria soberania de Deus é atestada em Jó. Isso, bem antes de Abrão, Moisés, Mar Vermelho se abrindo, páscoa judaica, Dez Mandamentos, Sinai fumegando, profetas judeus, Bíblia, templo, igreja, etc...

        Jó está sozinho em sua fé!
        Perdeu tudo.    
    Só não perdeu a razão e a estrutura íntegra de seu ser, de sua consciência, de sua esperança no amor e na graça de seu Deus.
      Paralelamente ao mundo linear, histórico de Jó, há uma questão entre Deus e os poderes angelicais e demoníacos sendo resolvida. É uma questão de interesse ao mundo espiritual e aos poderes espirituais. 
     Por que Deus vem dando tanta atenção a essa raça de humanos?      Por que Deus elegeu o homem como foco central de seu amor?        A questão seja talvez de grande interesse aos poderes espirituais, uma vez que o próprio Deus trata de responder iniciando ele mesmo a conversa com Satanás com pergunta: de onde vens?

      Deus fica livre em Jó. 
      Deus não se prende ao Yang Yung, ao mundo bifásico, dualístico do bem e do mal. 
     
     Deus não se permite refém do maniqueísmo simplório e cármico, linear e espírita kardecista. 
      Em Jó, a justiça pode não ser retributiva. 
      Em Jó, a história pode não ser matemática onde dois mais dois é igual a quatro. 
      No livro de Jó, os mundos são quânticos e as realidades são alternativas. 
        No livro de Jó, nem tudo o que se planta colhe e nem todo o mau é recompensado e punido com mal.

        Deus pergunta ao diabo: 
- "De onde vens?". 
        Como se Deus não soubesse...

       Vindo da Mesopotâmia, da Índia, da China, do continente africano, das Américas, das ilhas dos mares, dos Polos. Vendo as tribos, etnias, nações com seus altares, templos, com os seus zigurates, seus ritos e cerimônias, seus cultos de adoração e seus sacrifícios pelos pecados, suas danças e suas rezas, seus castigos e recompensas, Satanás chegou a uma única conclusão: os humanos só buscam o criador, a divindade, o ser supremo, seja ele chamado de Deus, deuses, Alá, Shiva, Yavé, Odin, Zeus, não importa. Todo culto, altar, rito, religião, sacrifício, tem como finalidade subtrair, tirar, manipular, convencer, seduzir Deus a beneficiar o homem. 
       Toda manifestação de fé no planeta tem por objetivo receber desse Deus, dessa divindade, o poder, a riqueza, o perdão, a salvação, a prosperidade, as benesses, seja lá o que for desse "deus" abobalhado por tanta manifestação de um amor interesseiro!

       O diabo pensa que Deus deixa se enganar e se iludir por essa sede e fome d’Ele!
       O diabo pensa que Deus não sabe disso!
       O diabo pensa que Deus não pensou nisso!
       O diabo pensa que Deus não percebeu isso!

    Foi com essa síntese, com essa conclusão que Satanás se apresenta diante de Deus, sendo ele surpreendido com a pergunta de Deus revelando essa conclusão tão óbvia, tão simples e tão profundamente medíocre; mediocrizando a "suposta" soberania de Deus, mediocrizando o próprio Deus aos olhos de Satanás! Obviamente, Satanás não tem coragem de falar para Deus essa tão simples conclusão que ele mesmo chegou ao fazer um tour pela Terra. Mas como Deus conhece os próprios profundos pensamentos do diabo, Deus não deixa por menos e então pergunta: "Donde vens?".

       O interessante que tudo isso acontece na primitividade da história humana. Logo após os filhos de Noé terem se proliferado sobre a Terra. Jó, muito provavelmente era um descendente de Jafé, mais do que de Sem ou Cã. 
      Quando as manifestações de Deus eram raríssimas. 
     Quando nenhum ícone, altar, templo, escritura de Deus existiam, uma vez que o Dilúvio havia varrido e limpado a Terra. 
        Foi nesse mundo que Deus chama de Satanas a sua atenção para um único homem, pelo menos e pelo que sabemos, para esse Jó.

E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.
Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu Servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.

       O surpreso maléfico responde desde a sua mais alta e sapiente conclusão:

Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde?
Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
Jó 1:9-11

     Bobinho! Pensas tu que Deus não havia notado essa inclinação nos cultos, doutrinas, altares, rezas e orações que humanos fazem para Ele da Terra? 
       Todavia Deus não se ilude por esse tipo de fé!
        Nem de fé íntegra Deus isso chama.
     Essa é a fé de um pagão, bruxo, feiticeiro, em Deus que não conhece o caminho da verdadeira fé nEle.
    Essa é a fé da qual Satanás se gaba diante de um deus abobalhado em querer ser reconhecido por homens interesseiros!
Esse é o deuzinho das religiões da Terra!

        Mas Jó vai permitir Deus ser "mal entendido".
       Jó vai permitir Deus ser mais do que uma luta cósmica do bem contra o mau, uma vez que Deus vai usar o mal contra o bondoso Jó e usar os "bons amigos de Jó" para o mal contra a sua alma. 
       Em Jó Deus vai ser um Deus livre para para usar o mal contra a alma de Jó. 
      Em Jó Deus será trevas e maldade na vida de Jó sem que esse tenha provocado isso! 

        Duvida disso? 

       Então leia o que o próprio Deus fala para o diabo de forma clara e simples:

E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Jó 2:3

        Em Jó, Deus nos mostra que o caminho da fé é infinitamente mais misterioso do que o caminho das crenças religiosas que querem nos ensinar. Que em Deus, dois mais dois pode não ser igual a quatro. Que nem tudo, como as religiões querem nos ensinar e que foram os mesmos erros que os amigos de Jó cometeram, que nem tudo na terra tem explicação. Que na fé, o justo pode sofrer e o maldoso pode ser prospero. Que as religiões com suas doutrinas lineares, cármicas, pseudo-inteligentes e razoáveis são burrinhas perto da verdadeira fé. Jó mostra que a verdadeira fé em Deus não busca e nem encontra muitas vezes respostas para os seus sofrimentos, mas contudo, permanece e prevalece em Deus esperando sempre, seja aqui ou na eternidade um "final feliz", mesmo que não haja garantias que isso aconteça como foi no caso de Jó, que jamais soube que tudo no final de sua vida seria duplamente recompensado. 
           Eu sei e voce sabe porque lemos o final do livro de Jó, mas Jó não sabia que Jó teria sua sorte mudada, contudo, jamais ele abandonou sua fé em Deus. 
        As explicações cartesianas espírita-católica-evangélica-hinduísta-budista de seus amigos não convenceram o velho Jó. Jó se recusava a reduzir Deus numa lógica humanamente razoável. Para Jó, Deus era mistério puro, misericórdia pura, amor puro e ele se recusava a perder a esperança, mesmo que estivesse no túmulo!
       Para Jó, os caminhos de Deus nem sempre são explicáveis e nem precisarão de explicações contanto que não se perca ele de vista e do coração!

Leia as falas de Jó e veja se não era nisso que ele acreditava?!

Reinaldo de Almeida


Lançamento do livro: CAÍDOS - Autor: Reinaldo de Almeida

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