Construção
Quem constrói não usufrui.
Quem planta não colhe. Não come.
Quem cria o gado, não bebe de seu leite. Não saboreia a carne. Não se enlanbuza com a gordura.
Quem edifica uma casa , um prédio, um "palácio", nem tem uma casa própria para morar; vive de aluguel.
Geralmente, este é o quadro desanimador da vida de muita gente neste país, principalmente nos campos e nas grandes cidades do Brasil.
O imigrante que deixa o seu sertão castigado pela seca e pela fome aventurando-se a vir para a cidade grande com toda a sua família e suas esperanças e seus sonhos no peito. Muita luta, muita determinação para enfrentar as adversidades da metropole.
Então, construindo prédios, casas, galpões industriais ele vive.
Em meio a fumaça, ao barulho, ao tráfego e ao suor, sofre com a descriminação e o preconceito social.
- "Õooh baiano!
- Ôooh caipira!
- Ôoo cabeça chata!".
Aos berros ele é chamado pelo mestre-de-obra.
Mas no solavanco do ônibus, no suor do rosto, nos calos das mãos e na saudade da família que ficou distante, muitas cidades foram construídas, muitas estradas pavimentadas, muitas pontes levantadas, enfim, o progresso, o conforto, o avanço chegaram até nós.
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