quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Será que voce vai entender?

Caminho errado!




Será que voce vai entender? 

 Após cruzar florestas virgens, como fazem os bons bezerros, um bezerro retornou para casa; mas uma sinuosa trilha seu rastro deixou, como todos os bezerros deixam.
 
Trezentos anos se passaram desde então. O bezerro está morto, eu acredito. Mas seu rastro ainda permanece.
E a moral da história está aí. 

No dia seguinte o rastro farejado foi por um cão solitário que por ali passou. Então o sábio vaqueiro seguindo a trilha por vales e estepes, trouxe o rebanho atrás de si, como os bons vaqueiros fazem. 

E desde então surgiu grande clareira na mata. Pela velha floresta surge um caminho. E muitos homens por ela foram e voltaram... e alargaram, arrumaram, ampliaram. 
E proferiram palavras de justa ira por ser tortuoso tal caminho. Mas mesmo a contragosto ainda o trilharam. 
A primeira trilha daquele bezerro, por entre árvores e entre espinhos ficou sinuosa.
Pois cambaleava enquanto caminhava. 

Este caminho na floresta virou rua, que curva, vira e curva novamente; esta rua torta virou estrada de pobres cavalos com suas cargas, labutando sob o ardente sol numa viajem de três milhas e meia. 

E assim por um século e um meio seguiram nos passos daquele bezerro. 
 Os anos voaram velozes. A estrada virou rua de aldeia; e antes que os homens dessem conta, virou avenida congestionada da cidade, e  logo a rua central de uma metrópole renomada.
 
E homens há dois séculos e um meio andaram na trilha de um bezerro. A cada dia cem mil pessoas seguem o cambaleio do bezerro.
Tal tortuosa jornada vira rota de continente. 
Por onde passam cem mil homens, passou um bezerro, morto há trezentos anos.
 
E eles ainda seguem o caminho tortuoso. 
E perdem cem anos por dia. 
E assim prestam tamanha reverência a tão bem firmado precedente.

A lição moral que isto ensina por mim é pregada: os homens são propensos a seguirem cegos ao longo das trilhas dos bezerros da mente. 

E a trabalhar dia a dia, sol a sol. Para fazer o que outros homens fizeram. Eles seguem no rastro batido, pela beira e pelo meio, para frente e para trás. Permanecendo ainda em seus tortuosos caminhos. Mantendo o caminho que outros fizeram, eles fizeram do caminho uma trilha sagrada. 

Ao longo do qual suas vidas se movem. Como sorri o velho sábio, deus da floresta. 
Ele que viu o primeiro bezerro passar! Ah! Muitas coisas este conto poderia ensinar mas não sou ordenado para pregar. - Sam Walter 

É uma parábola que talvez precise de explicação:

Obedecemos tradições, doutrinas, comportamentos, modelos, caminhos, sem questionar, sem verificar sua veracidade, sem ir a fundo de como foi criada. 

Afinal, pensamos, todos fazem, obedecem, se submetem sem questionar, sem pesquisar, sem se atrever inovar?!

Se a maioria faz sem se opor, é porque deve ser o certo, deve ser o caminho mais curto, deve ser a doutrina mais santa, deve ser a filosofia mais profunda, deve ser o guru mais iluminado, deve ser tradição mais inquestionável!  
 
Será?

Será que não começou tudo isso com a fuga de um "bezerro" perdido? Um homem equivocado? Uma necessidade momentânea? Uma situação específica que virou um hábito? Virou um costume? Virou uma tradição? Se transformou num dogma inquestionável?

Voce tem medo da verdade? Tem medo de ir a fundo? Não se atreve a quebrar o ciclo? Não quer encontrar o caminho mais curto? Mais prático? Mais verdadeiro?

Talvez uma outra parábola te ajude a entender:

Recém casados, numa noite enluarada e a luz de velas, a recém esposa prepara o jantar para o seu marido. Numa assadeira bem posta, um delicioso pedaço de um lagarto bovino, recheado e ao molho madeira é servido. Porém, ambas as pontas daquela suculenta carne esta cortada. Ambas as pontas foram cortadas.

Os anos se passaram, e sempre que aquilo tipo de carne era servida, as pontas estavam sempre cortadas.

O marido, observando aquele curioso detalhe, pergunta para a esposa:
- Querida, porque sempre que eu compro uma peça inteira de lagarto, quando ele vem para a mesa, as pontas estão cortadas? Praticamente 25% da carne é jogada fora?!

A esposa respondeu:
- Aprendi a fazer lagarto ao molho madeira com a minha mãe, e ela sempre fez assim! Nunca perguntei porque ela fazia isso, mas acredito que é uma longa tradição da familia! receita secreta da família!

O marido então, repentinamente resolve ligar para sogra para encontrar a resposta para o curioso toque culinário de sua esposa acerca daqueles ambos pedaços removidos.

Quando a sogra atende o telefone e ouve o questionar curioso de seu genro acerca daquele mistério. Ela responde:

- Coloca o telefone no "viva voz" para que a minha filha ouça tambem!
- Filha! Voce não precisa fazer isso! Eu só cortava as pontas da peça porque ela não cabia na pequena assadeira de forno que tínhamos! Não tem nenhum segredo e nenhum toque culinário não!

Será que é uma questão apenas de "entender"?

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