Jesus disse que a vida é maior do que a comida e as roupas que nós vestimos.
Com ele também aprendi que a vida é maior do que o ministério!
Vivi a maior parte de minha vida pregando mensagens em púlpitos de várias igrejas. Posso dizer que, pela óptica antiga, "ganhei muitas almas", inclusive, muitas delas hojes são pastores de várias igrejas e várias denominações.
Sei que em tudo Deus dará um jeito.
No entanto, muita coisa tem mudado desde então.
Lembro-me de que quando me "converti", havia uma simplicidade nas igrejas e nos ministérios que estavam em vigência nos meus dias. Havia uma nítida possibilidade de que se poderia "aceitar" Jesus e depois ir para uma igreja. A mensagem da salvação era bem clara quanto à isso, tanto que havia até mesmo uma divergência entre o movimento protestante-pentecostal contra a igreja católica romana, pois a mesma, alegava e defendia a doutrina que não havia salvação fora da igreja católica.
Nós evangélicos, afirmávamos categóricamente, que "igreja" não salvava e sim Jesus.
É verdade que naquele tempo a igreja evangélica era o "zé povinho" e não havia essa enxurrada de programas e igrejas evangélicas na televisão. O tempo numa emissora de Tv era muito caro e as igrejas eram pobres e constituídas de gente pobre. Havia alguns tele-evangelista americanos, tipo, Rex Humbard e depois o Jimmy Swaggart , o Caio Fábio tambem estava com "Pare e Pense"e o Silas Malafaia com o programa "Renascer", só isso.
Então, nós pregavamos nas casas, nas feiras, nos sítios, nas praças anunciando Jesus como o Salvador de todos os homens. O movimento da glossolália estava invadindo a Igreja católica e os grupos carismáticos, que naquela época, tambem sofriam perseguições por parte da ala conservadora do catolicismo romano.
Mas uma coisa ficava bem claro em nossas mensagens: 'Igreja não salva" só Jesus salva!
Então veio a Igreja Universal com suas campanhas e correntes de libertação. Vieram as novenas milagrosas e os testemunhos televisivos de que a vida dos testemunhantes era uma miséria até "conhecerem Jesus na Igreja Universal". Logo após isso a Igreja Renascer veio arrebanhando os jovens drogados (o que foi muito bom!) com a musica gospel "eletrizante".
O interessante que nesta época o pastor Silas Malafaia tinha um programa na Tv que se chamava "Renascer" e as mensagens que ele pregava, meio que acompanhava o estilo de pregação do "zé povinho", embora naquele tempo, as Assembléias de Deus era radicalmente contra o crente ter Tv na casa. Conheci alguns crentes que escondiam a televisão dentro do guarda-roupa!
Mas de repente, a ênfase nos testemunhos não era mais a respeito de Jesus e sim a graça de ter conhecido "tal" igreja. O interessante que naqueles dias o "pastor" Macedo virou "bispo" Macedo e o "pastor" Estevam Hernandes virou "apóstolo" Estevam e sua esposa virou "bispa" Sônia. De repente um reboliço tomou conta de todos outros ministérios, e apesar das contestações do evangelista Caio Fábio e Silas Malafaia (este não muito convicto!) e companhia limitada, as mudanças começaram acontecer na mentalidade de muitos outros pastores que se sentiram ameaçados e com "dores no cotovelo" do que estava acontecendo. Um novo paradigma se formou no mundo evangélico. Lembro - me tambem que o Cáio Fábio ficou sendo uma voz de protesto contra os abusos da Universal, no entanto deixaram ele sozinho.
Nesta época, eu fazia parte do "maior ministério unido do Brasil", a denominação que havia "nascido no coração de Deus" e que por intermédio de uma revelação dada à uma mulher sobre a visão dos quatro animais, conforme revelado no Livro de Ezequiel. Só que este ministério tambem estava com "dores no cotovelo" e o seu presidente exigiu dos pastores na convenção que a partir daquele momento não poderíamos mais ficar na "lanterna" dos outros ministérios bem mais jovem do que o nosso! Era pra nós IMITARMOS ELES!! Crescimento a qualquer custo!
O que acontecia no ministério em que eu se encontrava, acontecia em outras denominações. Houve também uma mudança de mentalidade e no processo uma mudança da mensagem também...
continua...
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