I
UMA NOTA
ESTRANHA
Olhei para o relógio digital no painel do carro, eram exatamente
23h:20m. Parecia que o limpador de para-brisa não vencia a
quantidade de chuva que caía no vidro de meu carro, dificultando
enxergar a faixa pontilhada central que era a única referência que
eu tinha naquele momento para manter o carro do lado certo da pista.
Estava vindo embora de mais um dia estressante de aulas ministradas
numa escola de ensino médio numa cidade ao lado da minha que fica a
42 km distância, por uma pista muito perigosa, sem poder usar um
acostamento decente, caso eu não conseguisse manter o carro no
asfalto que naquele momento parecia estar flutuando e deslizando
pelas várias lâminas de água que eu podia sentir através do
volante do veículo, naquele momento eu era o único automóvel
trafegando naquela noite chuvosa e escura. Embora estivesse
preocupado com um possível deslize do carro naquela pista molhada,
eu ainda estava sob o impacto do assunto que tinha ministrado para
aqueles poucos alunos que tinham ficado para as últimas duas aulas.
Qualquer professor sabe que na rede pública de ensino, poucos alunos
ficam até o período pós intervalo para assistirem as últimas
aulas, praticamente metade da classe “mata” as duas últimas aulas, o que, na verdade, é paradoxalmente proveitoso pois os
alunos que ficam realmente são os alunos interessados em aprender.
Ainda pensando no assunto que deixou os alunos perplexos e a
professora de História curiosa e encantada de querer saber de onde
havia retirado as informações sobre os Nephilins, seres híbridos
que habitaram a Terra antes do evento cataclísmico do Dilúvio.
Lamentavelmente, a rede pública de ensino segue uma cartilha
rigorosa anual no sentido de preparar o cidadão como mão- de-obra
qualificada para o mercado de trabalho e não o prepara na arte de
educá-lo, visando ampliar seu potencial de criatividade e proatividade, de modo que, muitos assuntos hoje abordados em salas de
aulas são questionáveis diante de tantas descobertas.
Voltando ao assunto dos Nephilins, a Bíblia faz menção aos
Nephilins, como anjos caídos, espíritos imundos ou demônios, e no
apócrifo livro de Enoque sua origem começa com um grupo de Anjos,
chamados de “vigilantes”, que se misturaram a raça humana, uma
vez que esses mesmos anjos, cobiçaram as lindas mulheres que viveram
no período pré diluviano, desejaram ser adorados como “deuses”
e perceberam que as mulheres tinham órgãos reprodutores e
projetaram gerar descendentes de sua própria espécie, uma vez que
anjos não se reproduzem. Sabe-se lá, se não forçaram nessa cobiça
gerarem um Cristo ou um anticristo, uma vez que nessa mudança de
natureza não puderam mais voltar ao seus estados angelicais. Dessa
mistura surgiram os seres nephilínicos, hibridizados e com alta
estatura e com grande força e capacidade mental alterada. Na Bíblia
se referem ao “Benai-Helohim, os valentes e heróis que viveram na
antiguidade. Segundo o livro do Gênesis capítulo 6, Deus já
cansado da maldade, violência e dos conflitos humanos, essa mistura,
essa hibridização de anjos-homens foi a “gota d'água” para ele
destruir de uma vez por toda aquela civilização com as águas de um
grande dilúvio. A salvação da família de Noé não impediu das
lembranças e das memórias que ficaram armazenados no inconsciente da
humanidade, visto que, daí surgiram os mitos, os deuses e as
fantasias na mente e nos sonhos dos homens de que esse planeta foi
invadido por seres alienígenas. Egípcios, sumérios, gregos e os
povos ascendentes dos antigos vikings tem inúmeros registros,
crenças e cultos baseados nos Nephilins.
Resolvi diminuir a velocidade do veículo pois a chuva caía
torrencialmente lá fora...continua...
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