sábado, 6 de junho de 2015

Quando Cristo ataca os cristãos e judeus.


É difícil para um cristão entender que Jesus não tem nada a ver com o cristianismo e que nem Cristo veio para melhorar o judaísmo e até mesmo a acrescentar algo àquilo que Moisés deixou faltando à Lei ou até às outras religiões!

Jesus disse que o evangelho do Reino é um mistério que poucos estão afim de entender e aceitar (Mateus 13:10-17).

Obviamente, qualquer um que se aproximar do Evangelho proposto por Jesus com uma mentalidade religiosa e mesmo "cristã" vai se sentir ofendido em algum aspecto de sua fé e crença!

Acredito ser um tanto interessante que um terço do Novo Testamento tenha sido escrito por um judeu genuíno que experimentou numa radicalidade sem precedentes entre os apóstolos uma real revelação do Evangelho a ponto dele ser perseguido por judeus e até mesmos "cristãos" de seu tempo, e à isso me refiro a Saulo de Tarso, conhecido por nós como apóstolo Paulo. 
Então perceba, no Novo Testamento, que as quatro biografias de Jesus, conhecidas por nós como Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João e mais as epístolas de Paulo somam 80% do que conhecemos como Novo Testamento, restando assim poucos escritos de Pedro, Tiago e João. Ou seja, mais da radicalidade proposta do Evangelho se encontra para nós vindo das penas de Paulo e da vida de Jesus, do que qualquer outro tipo de mensagem e elucubrações de outros, sendo Cristo e Paulo, radicais e explícitos quanto as propostas por eles ensinadas em relação ao novo Testamento de Deus!

Detalhe: Jesus e Paulo foram perseguidos, principalmente, pelos religiosos de sua época, e Estevão foi o primeiro mártir apedrejado por mãos daqueles que se sentiram ofendidos em suas crenças e fé, gente do templo, sacerdotes e estudantes das leis do Torá judeu.(Atos 7). 
Estevão, na sua mensagem aos judeus, atacou os mesmos pilares que Jesus e Paulo focaram igualmente contra em seus ensinos: O Templo, o sábado, o rito e o sistema sacerdotal piramidal.
É simplesmente impossível entender o Evangelho do Cristo sem que se abra mão das propostas do Cristianismo do Cristo religioso!
O Cristo segundo o cristianismo e diametralmente oposto do Cristo do Evangelho. Eles não são irmãos siameses e nem mesmo irmãos gêmeos! .

Num estudo um pouquinho mais aprofundado entres ambos os "Cristos", verificar-se-á, que um nasceu  e foi sendo construído na história; sua natureza é constituída de um processo de acomodação no meio da civilização greco-romana e a partir daí cresceu na Europa e no ocidente de acordo com a manipulação de um projeto de poder político, econômico e religioso.
O outro é eterno, sem adaptações e acomodações conforme as necessidades das pessoas. Esse é indiscernível, indetectável e impossível de acomodação e encaixe.
Numa visão superficial, essa "psicopatia de Cristos" não existe. Ao olhar religioso raso, essas duas entidades não existem, sendo talvez o produto de mentes fanatizadas e de má-fé de pessoas que não aceitam o Cristo amigo, diplomático, amoroso inventado pela religião e cultura humana.

Se o nosso conjunto de crenças, que chamamos de fé, não alcança essas realidades é porque ainda estamos naquilo que é o básico proposto pela maioria das religiões da terra: o amor e ajuda ao próximo. Nesse quesito, o cristianismo em nada difere do hinduísmo, budismo, espiritismo e outras religiões. Poucas religiões no mundo existem para fazer mal ao próximo. Interessante, que nesse caso, ninguém deveria sentir carente de uma religião para se praticar o bem e o amor ao próximo, isso deve estar na índole e na natureza de cada um?!

Eu não preciso ser de uma religião para ser bondoso.
Ninguem precisa.

Então temos dois pontos interessantes aqui e aparentemente contraditórios em relação a fé em Jesus: Sendo Jesus, o Cristo,  um pregador do amor a Deus e ao próximo, como pôde ele ter sido odiado, perseguido e falsamente acusado pelos religiosos?

A questão que se levanta então é: como pode alguem que prega o amor, a paz, o perdão, a justiça, sofrer perseguição e ofender as pessoas e por causa disso serem acusadas de críticas, julgadoras e deseducadas com as pessoas? 
Com certeza, não é por causa do amor, paz, justiça e perdão, já que nesse ponto a maioria das religiões da terra defendem o amor, inclusive o cristianismo e o próprio Jesus Cristo, Paulo, Estevão, Pedro, etc...

Então a sutileza desses desencontros estão nos outros pilares das crenças religiosas. O que de fato gera todas as discussões e desentendimentos entre as pessoas; significando que o discurso que diz que todas as religiões são boas e todas pretendem atingir os mesmos objetivos, esconde o fato de que a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo não foi compreendido e o âmago da mensagem do Novo Testamento está sendo ignorada.

Vejamos desse modo: 
- Em que o cristianismo difere de todas as outras grandes religiões da Terra? 
Em nada!

Todas religiões da terra alegam ter um fundador excepcional, um lugar sagrado, um edifício sagrado, um rito, sagrado, um dia (ou mais) sagrado, uma classe sacerdotal sagrada, um livro sagrado, e um comportamento de empatia e amor ao próximo sagrados.
Oras, só somos cristãos porque nascemos no lado ocidental e cristão do planeta. Se nascêssemos na Arábia provavelmente seríamos muçulmanos e islãs. Com um livro sagrado, um fundador sagrado, um dia sagrado e tudo o mais. Se nascêssemos na China seriamos budistas com um livro sagrado, templo sagrado, dia sagrado, enfim. Se nascêssemos na Índia...bem, não vou repetir a mesma ladainha.
Então nossa fé não nasce de uma revelação mas de uma crença que aprendemos de nossos pais, cultura, família, escola, etc...Se é coletivo não é fé, fé só fé no individual. Por isso Deus disse: Eu sou o Deus de Abrão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, caso contrário ele diria: Eu sou o Deus de Abrão, Isaque e Jacó. Então, Ele teve que se revelar a Abrão, teve que se revelar a Isaque e teve que se revelar a Jacó, pessoalmente.

O caminho da fé em Deus não é na coletividade e sim na pessoalidade e singularidade de cada um. Além disso, existem questões mais superficiais e egocêntricas ainda como status quo, auto ajuda, doenças físicas e emocionais, experiencias afetivas de natureza familiar, poder, comodidade e alienação desinteressada que traduzimos como "fé em Deus".
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé. Romanos 1:17

Como dizer que há fé nisso?
Se  a fé que eu digo possuir ter não nasceu de um "eureka" de Deus dentro de mim, eu não tenho uma fé mas um conjunto de crenças que para mim foram ensinadas dentro do contexto cultural de onde eu vivo!

Agora, em que o Evangelho difere de todas as religiões da Terra? Em tudo!
No Evangelho é Deus quem se revela: Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Mateus 11:25-27

" ...e aquele a quem o Filho (Jesus) o quiser revelar."
Mas não é uma revelação aprendida em sala de aula, em casa, na cultura religiosa carregada de dogmas e doutrinação de dois mil anos de cristianismo histórico europeu! Nem tampouco em relação a um gosto pessoal e estético. Nem mesmo que nasça de uma necessidade imediata e utilitária em Deus. Nem de uma imaginação fertilizada por um misticismo esotérico ou oriental.

Paulo diz exaustivamente que essa revelação é aprendida no "evangelho de fé em fé"!
E me desculpe a linguagem vulgar: é aí que o bicho pega!

Porque a dinâmica espiritual que a fé verdadeira exige que eu tenha segundo o Evangelho de Cristo e ensinado no Novo Testamento não aceita um templo, um dia sagrado, uma elite sacerdotal sagrada  e nem um rito cerimonial sagrado!

E são nesses quesitos e muitos outros mais que Jesus, Estevão, Paulo e outros tiveram problemas. Foi no desafio radical de se ter esse tipo de fé em Deus que começam os problemas. Porque nesses pontos, que a nós parecem insignificantes e não importantes e que começa o caminho singular e solitário do Evangelho!

2 comentários:

Tania (TValery) disse...

Caro Reinaldo,

Concordo plenamente com suas colocações. Nenhuma religião é capaz de converter um coração.

Um coração só pode ser convertido mediante a fé em Jesus e o entendimento de Seu sacrifício na cruz.

E esta conversão será percebida por todos quando formos capazes de produzir bons frutos, como disse o próprio Jesus:

"Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Mateus 7:20".
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22"

Podemos entender que intrinsecamente estão envolvidos frutos sinônimos como paciência, tolerância e respeito.

Parabéns pelo blog.

Que Deus te abençoe e te faça uma benção hoje e sempre.

Reinaldo de Almeida disse...

Grato!

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