segunda-feira, 15 de julho de 2013

A lei absoluta do plantio e da colheita como falácia relativizada na vivencia do ser.


Ultimamente venho ouvindo muito as expressões : "Quem planta, colhe!", ou "quem planta vento, colhe tempestades", ou ainda, "Deus perdoa mas a pessoa colhe as consequências!". E por aí vai...

Eu sei que há vários textos bíblicos, ditados populares, experiências vividas na pele por pessoas que "plantaram e agora estão colhendo". A famosa lei da semeadura: colhemos o que plantamos!

Tenho ouvido frequentemente essas expressões das mais diversas e variadas bocas que encontro no dia a dia da vida. Na fila do banco, ouço a conversa de duas mulheres. Na banca do jornaleiro com o freguês. Nos púlpitos dos pregadores católicos e dos evangélicos tele eletrônicos.

Mas algo me incomoda nessas expressões! Não sei se é a energia negativa com a qual ela soa quando mencionada. Ou o desejo de que "Deus pese a mão", ou o "Diabo pegue a pessoa no caminho da vida". Há, me parece, um espírito vingativo e amargurado, geralmente acompanhado dessa expressão tão aparentemente bíblica e verdadeira!

De uma coisa tenho certeza: Quase sempre essa expressão vem acompanhada de um juízo temerário, um desejo que uma vingança retributiva de Deus se cumpra; Um "carma" espírita se realize "nesta vida" e ela pague o que fez...

Creio que você entendeu!

Isso é defendido quando se é o predador da justiça divina da história. Mas quando você se torna a presa? E quando você descobre que o telhado de sua casa é de vidro também?

E quando você percebe e pressente que seus filhos ou netos, ou até mesmo, aqueles nem nascidos ainda, podem colher ou plantar o que você não desejou? E você se tornar um participante da colheita deles?

E quando você ignora "que o mundo dá muitas voltas" e como uma metralhadora repete esse carma-macumbeiro-cristão até que uma das palavras dessa expressão  ricocheteia em você?

Não me refiro aqui a justiça que o pedófilo, estuprador, assassino, latrocida deva pagar num tribunal de justiça da sociedade. O tribunal de justiça dos homens deve julgar os delitos dos homens quanto a sociedade!

Eu me refiro às questões pessoais e de foro íntimo. As relações familiares, amigáveis e interpessoais, no trabalho, na escola, na igreja, entre sócios e negociatas!

Nesse país católico-evangélico-espírita, essa expressão virou um dogma na boca dos "cristãos"!

Mas embora a lei da semeadura seja verdadeira, contudo ela não é regra sem exceção! Muito pelo contrário, ela tem tanta exceção quanto é regra na lei. 

Até na lei que rege a natureza da própria lavoura do sertanejo. O lavrador prepara o solo, planta a semente, aduba, irriga, mas basta uma seca, ou um tufão tempestuoso, ou uma praga de gafanhoto e ele não vai colher nada!

Na vida das pessoas isso acontece com frequência  a exceção é tão frequente quanto a regra!
Vejamos:
O que Jó plantou para colher o que colheu?
Por que João Batista teve sua cabeça numa bandeja de prata na casa de Herodes? O que de ruim ele plantou?
Por que Paulo morreu abandonado numa prisão romana depois de ter plantado o Evangelho por mais de 40 anos?
Por que Jeremias, Isaías, Oséias, Ezequiel morreram serrados, enforcados, apedrejados depois de plantarem a Palavra de Deus por décadas incansavelmente?

Por que Chico Mendes levou um tiro no peito por defender a floresta amazônica e as famílias dos seringueiros?
Por que Mahatma Gandhi...?
Por que Martin Luther King...?
Por que Abrahan Lincon foi assassinado...?

Onde se encaixa a "lei da semeadura" aí?

Por que gangsters, mafiosos, traficantes políticos corruptos morrem muitas vezes com 70, 80, 90 e até 100 anos de idade sem nunca forem pegos?
Por que Joseph Menguele, o carrasco nazista carniceiro viveu seus últimos dias sossegadamente no Brasil e na Argentina em anonimato absoluto e tranquilo?
Repito:
Onde se encaixa a "lei da semeadura" 

Nesse caso, é bom entender as palavras de Jesus que disse: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Mateus 5:10


Conclusão:  nem toda colheita ruim vem do Diabo e nem toda boa colheita vem de Deus.

Pode ser o contrário também...

Reinaldo de Almeida

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